Campeonato Brasileiro

Chegamos na terceira rodada do CB! E como sempre, é o equilíbrio que dita as regras por aqui. Invicto somente o ADM Taquaras, que está na liderança, mas não está 100%. Daí para baixo, são 6 times empatados em 6 pontos. Quatro deles com o mesmo saldo de gols.

Destoando nesse início só o Imbituba e o Ogro, que ainda não venceram.



Na rodada 2, o Albatroz continuou mostrando sua força e bateu o atual campeão Galo na Veia com propriedade, conseguindo um sólido 2 a 0, mesmo tendo criado menos chances que o adversário na partida. O ADM Taquaras perdeu seus 100% ainda na segunda rodada, ao empatar com o Magnífico, que criou muito mais chances e merecia vencer esse jogo. Alberto de Azevedo, craque da seleção BR, estava garantindo a vitória para o Michel até os momentos finais do jogo, quando o Magnífico conseguiu correr atrás do empate, trazendo um pouco mais de justiça para o placar.

Na rodada 3, Em alguns jogos as expulsões acabaram fazendo a diferença no placar. Os Fura Olho venceram o Imbituba por 3 a 0, sendo que todos os gols foram marcados após a expulsão do zagueiro argentino Ubaldo Rattin. O Albatroz também perdeu em um jogo que teve um expulso. o ADM Taquaras já estava vencendo por 1 a 0 até os 70 minutos, quando ocorreu a expulsão do também argentino Frolan Maties, tirando qualquer chance de reação. Tomou mais dois gols antes do fim da partida. E esses foram os resultados dessas rodadas.



E abro aqui esse espaço para analisar uma partida específica. Pretendo fazer isso a cada rodada, dentro do que meu tempo livre me permitir. Mas hoje vamos destrinchar as estratégias de um dos dirigentes mais experientes nesse CB, rondyy. E para isso, vamos analisar o jogo da segunda rodada contra o Rufa City.



O Rufa City abriu o placar no primeiro lance de jogo, na jogada clássica dos esquemas de JPL. A defesa em 4 do Rondinone perdeu o primeiro duelo contra o ponta solitário, e a partir desse ponto nada mais a defesa poderia fazer.
E aí, no segundo lance ofensivo da partida, em uma rápida e bem construída troca de passes do meio campo do Rondinone, a bola chega em seu camisa 9, que adentra em diagonal na área e chuta cruzado para a defesa parcial do goleiro, que infelizmente parece não ter lido os manuais de goleiro e cometeu um erro clássico, mas terrível: rebateu a bola pra frente. No rebote, Well Well Segundo não perdoou essa segunda chance e colocou pra dentro. Gol de empate.

Well done, Well Well!


É perceptível nesse jogo que o insucesso dos esquemas de ponta contra defesa de 4 zagos mais se deve ao nerf que o esquema sofreu nesse simulador do que por méritos da marcação. Muitas vezes sozinho na contenção, o camisa 6 do Rondinone perdeu diversos duelos contra o camisa 226 do Rufa City. A questão é que há algumas temporadas já os cruzamentos certeiros na cabeça, a jogada mortal do JPL, tem acontecido cada vez menos. O 226 cansou de cruzar bola na direção da zaga, no pé do atacante, e bem... maioria desses lances não dão em absolutamente nada.

Não a toa é visível uma tendência de táticas pelo meio entre a maioria dos times do CB até essa terceira rodada. Em raras ocasiões os times que optaram em jogar pelas pontas conseguiram sair com a vitória.

É caso ou de se voltar a estudar o simulador e buscar novos ajustes para os esquemas de jogo pela laterais, ou de abandonar o esquema pelas laterais e seguir a moda, ou de dosar o uso dessas táticas para momentos mais cruciais e certeiros do jogo. Raras serão as partidas com mais de 2 gols de cabeça, mas por vezes essas duas chances certeiras possam mudar o resultado de uma partida. Enfim, fica como análise.

se esse tipo de lance está cada vez mais raro, quando compensa apostar nesse tipo de jogada?


Voltando ao jogo. Como dito, na segunda bola certeira cruzada na cabeça pelo time do Rufa City, depois de umas 7 chegadas infrutíferas, Reginaldo Passos fez o segundo gol de cabeça, aos 25 do primeiro tempo. Poderia esse ser um momento de ser menos conservador, mais arrojado e o time vencedor decidir mudar de tática para um esquema que controle melhor o jogo? Que não entregue tantas bolas para o adversário como é o JPL?

Há ainda a predominância da máxima do futebol de que "em time que está ganhando não se mexe". Mas o MZ passa distante de ser um jogo de futebol, é um simulador de dados que costuma analisar diversos fatores de forma fria e lógica. Há uma teoria antiga que afirma que o simulador interpreta positivamente o time que faz alterações táticas, como se o dirigente estivesse demonstrando um "desejo de vencer". Como se o simulador desse vantagem para o time que faz mudanças em busca do resultado (ou da manutenção dele). Se é real ou não a teoria, nunca saberemos com exatidão, mas ela poderia explicar esse jogo.

Aos 30 minutos de jogo ativou-se a regra tática do time do Rondinone. O time se manteve atacando pelo meio, mas abriu 5 zagos dessa vez. Colocou em jogo uma defesa mais eficiente para anular os avanços do ponta adversário e não alterou sua proposta inicial de jogo de atacar pelo meio. Mudou em mais dois aspectos importantes: saiu do agressivo, que costuma fazer a defesa se adiantar nos lances para tentar o desarme, voltando para a marcação normal, em que a defesa tende a esperar a jogada correr antes de agir; E mudou o estilo de passe curto, mais controlador e cadenciado, para o esquema de JPL, mais objetivo e direto na criação de jogadas. Em uma tacada só, reforçou a defesa e deixou o ataque mais agressivo.

Entretanto, os resultados das mudanças só viriam a ser sentidos no segundo tempo. O primeiro tempo terminou com uma maior eficiência do Rufa City, que marcou 2 gols em 5 chances, como é comum nos esquemas de JPL (as bolas que são cruzadas certas geralmente dão em gol). O Rondinone criou 10 chances no primeiro tempo e fez 1 gol, mas como é comum nos esquemas pelo meio, a quantidade de chances criadas raramente se reflete em número de gols.

em verde, o momento que Rondinone muda sua defesa para 5 zagueiros, mantendo o ataque no meio. Observem o 226 isolado na partida.


No segundo tempo, mais uma estratégia acertada do Rondinone. Raros são os times que trocam o lado do ataque quando jogam pelas pontas. Espertamente então Rondinone inverteu seus laterais, colocando para jogar na marcação agora um jogador que passou a partida inteira andando até então. O esquema de 5 zagos já reforçava a defesa, um zagueiro descansado praticamente significava o fim do ataque pelo lado do Rufa.

E para continuar a falar de acertos, Gabriel muda de esquema tático no segundo tempo, coloca jogadores descansados e vai para as pontas. Lembra o que falei de dosar o uso do JPL para momentos certos? Pois então, jogando em uma alien 1 ponta tradicional, já em seu primeiro lance de ataque o time consegue marcar um gol, de cabeça, como manda o manual.

Mas o jogo não fluiu tão bem pela ponta como se espera. Afinal, o lateral do Rufa também estava "descansado" no jogo. Depois desse primeiro lance, o Rondinone praticamente não criou mais chances pela ponta, e o jogo ficou truncado no meio, com ambos os times jogando na alien 1 ponta. Mas lembram-se que o time do Gabriel passou o primeiro tempo inteiro macetando a defesa do Rufa City pelo meio? Chega uma hora que a defesa cansa. E a Alien pelo meio, quando bem ajustada, tem essa capacidade de manter sua criação efetiva em jogada pelo chão. Foi assim que saiu o gol da virada, em uma troca de passes pelo meio que terminou nos pés do atacante Rondinonense, que só driblou o goleiro e guardou para dentro, aos 89 de jogo. Era o gol da virada.

Mathias já deixando o goleiro na saudade e marcando o gol da virada


E como é tradição também dentro do MZ, só decidimos mudar de tática quando estamos perdendo, e em algumas situações isso pode ser tarde demais. O ponta do Rufa, que cansou de correr e cruzar errado no primeiro tempo e cansou de tentar pegar a bola no segundo, só foi substituído aos 91. (Inclusive uma crítica aqui ao Rufa City, esse negócio de ter vários jogadores com a camisa 255 dificulta demais identificar quem é quem em campo, kkkk). A tática de reação pelo meio só entrou no fim do jogo também. E bom, não deu resultado.

Ah, e se lembram que eu falei que é muito raro saírem 3 gols de cabeça em uma partida pelas pontas? Então, mas sair dois gols de cabeça ainda é comum. E assim, Mathias de Pelsmaecker fez seu terceiro gol na partida, seu segundo de cabeça, fechando o placar em 4 a 2.

Foi uma vitória absolutamente justa, em que tivemos o NC utilizando toda a sua caixa de ferramentas para atingir a vitória. Não é a toa que ele é multicampeão do CB.


Boa semana, pessoal!

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